Após onda de violência policial, Tarcísio anunciará “recall de treinamento“ para PMs | Blogs


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a cúpula da segurança do estado prepararam um programa de não-letalidade como reação à onda de casos de violência policial registrados nos últimos dias.

O projeto consiste, basicamente, em ampliar a carga horária das aulas voltadas para abordagens policiais com menos letalidade e risco, e comprar mais equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de choque e de balas de borracha.

O anúncio seria feito em coletiva marcada para a tarde desta segunda (9), mas foi cancelado. Fontes ouvida pela CNN disseram que a determinação para cancelar veio do gabinete do governador, que queria dar a notícia pessoalmente – assim como fez com a prisão do primeiro suspeito de envolvimento com o assassinato do delator do PCC, Antonio Vinícius Gritzbach, na última sexta (6).

A CNN apurou que o pacote deve incluir policiais que passam pela Escola Superior de Soltados, em Pirituba, que forma cerca de 6 mil PMs por ano, na Academia do Barro Branco, que entrega à corporação cerca de 200 novos oficiais todo ano e até mesmo a policiais já nas ruas, numa espécie de “recall do treinamento”.

A ideia faz parte do projeto de “diminuição de danos colaterais” desenvolvido pelo chefe da PM paulista, coronel Cássio Araújo de Freitas.

Nesta segunda (9), policiais usaram a arma de choque para garantir a liberação de uma mulher que era feita de refém, em plena Av. Paulista, por outra mulher que portava uma faca. No mesmo dia, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, determinou que as câmeras nas fardas dos policiais paulistas gravem a jornada ininterruptamente até que seja esclarecida a forma de ativação remota.

A divulgação do plano de redução de letalidade vem como resposta aos diversos casos revelados desde o início de novembro. Foram pelo menos oito casos de ações apontadas como abuso em cerca de um mês.

Veja abaixo a cronologia dos principais fatos que marcaram a crise na cúpula da segurança pública em São Paulo:

  • 3/11 – policial de folga dá 11 tiros pelas costas e mata homem que havia furtado quatro pacotes de sabão líquido em mercado, caso só ganhou notoriedade após a divulgação das imagens, um mês depois
  • 8/11 – depois da morte do menino Ryan, de 4 anos, policiais militares comparecem ao local do velório da criança, vítima de troca de tiros entre policiais e bandidos, causando indignação da família
  • 20/11 – policial militar atira à queima-roupa e mata estudante de medicina desarmado que havia dado um tapa no espelho retrovisor de uma viatura
  • 2/12 – após abordagem em baile funk, PM arremessa homem rendido e desarmado de ponte na zona Sul de São Paulo
  • 3/12 – em dia de fúria, major da PM de folga depreda adega e agride homem a pauladas em Jacareí, interior do estado
  • 4/12 – circulam imagens de uma confusão generalizada com policiais dando socos, chutes e fazendo mata-leão em mulher na zona Sul de São Paulo (a manobra é proibida desde 2020) *a data da ocorrência não foi informada
  • 4/12 – uma idosa de 63 anos e seus familiares são agredidos em Barueri, na Grande São Paulo, supostamente pela tentativa de PMs de apreenderem uma moto com documentação irregular
  • 7/12 – homem de 38 anos em situação de vulnerabilidade é agredido com mata-leão na Praça do Patriarca, no centro de São Paulo



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