Guerra comercial entre China e EUA beneficia exportações de soja do Brasil



A disputa comercial entre China e Estados Unidos abriu espaço para a soja brasileira ganhar ainda mais relevância no mercado internacional. Com tarifas adicionais impostas por Pequim sobre o grão americano, os embarques do Brasil se tornaram a principal alternativa para suprir a demanda chinesa, que representa em média 61% de toda a soja negociada no comércio global, segundo a Associação Americana de Soja.

Nos últimos anos, a China importou volumes que superam, sozinha, a soma de todos os outros compradores do mundo. O país asiático, com 1,4 bilhão de habitantes e o maior rebanho suíno do planeta, é insubstituível para o mercado global da oleaginosa.

Em 2024, os Estados Unidos chegaram a exportar 27 milhões de toneladas de soja para a China, mas esse fluxo foi reduzido drasticamente após a imposição de uma tarifa de 23% por parte de Pequim. Apesar de a soja americana ter registrado preços de até US$ 0,90 por bushel mais baratos que os da brasileira, o imposto adicional encareceu o produto em US$ 2 por bushel, inviabilizando a compra.

Com isso, os chineses intensificaram suas compras na América do Sul. A Argentina também foi beneficiada, depois que o governo de Javier Milei suspendeu temporariamente o imposto de exportação sobre a oleaginosa em setembro, medida que atraiu carregamentos imediatos. Ainda assim, é o Brasil que segue como principal fornecedor.

Impacto nos EUA

A perda de mercado para o Brasil gerou forte insatisfação entre produtores norte-americanos. O ex-presidente Donald Trump, em publicação no Truth Social, afirmou que a soja será tema central em sua próxima reunião com o presidente chinês Xi Jinping. “Nossos agricultores estão sendo prejudicados porque a China, apenas por razões de negociação, não está comprando”, escreveu.

A pressão já atinge outros setores da economia rural. A fabricante de máquinas CNH, dona das marcas Case e New Holland, registrou queda de 20% nas vendas líquidas de equipamentos agrícolas no primeiro semestre de 2025.

Na Farm Progress Show, tradicional feira realizada em Illinois, a prefeita de Decatur — cidade conhecida como antiga “capital mundial da soja” — admitiu que o título pode estar migrando para outro hemisfério. “Talvez seja o Brasil”, disse Julie Moore Wolfe.

Brasil fortalecido

A mudança no fluxo global reforça a posição brasileira como principal fornecedor da oleaginosa para a China, consolidando ainda mais sua liderança no comércio internacional da soja. Enquanto os agricultores americanos aguardam uma possível retomada das negociações entre Washington e Pequim, os produtores do Brasil ampliam espaço no maior mercado comprador do mundo.



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