Holandês x Senepol: por que o cruzamento não é ideal para a pecuária leiteira?


Pecuaristas, a escolha do cruzamento industrial é fundamental para o sucesso de um rebanho, seja para carne ou para leite. Washington Cobacho, de Mira Estrela, no estado de São Paulo, possui vacas senepol e mestiças e pensa em inseminá-las com sêmen de touro holandês para a produção de leite. Assista ao vídeo.

Nesta quarta-feira (12), o zootecnista Guilherme Marquez, especialista em genética de gado de leite, respondeu à dúvida no quadro “Giro do Boi Responde”.

Ele explica que o cruzamento de Holandês com Senepol é o oposto do que se busca para a produção de leite e oferece outras alternativas mais assertivas para o produtor.

O desafio do “dairy on beef”

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Foto: Giro do Boi

Guilherme Marquez explica que a raça holandesa é conhecida por sua alta capacidade de metabolizar nutrientes e transformá-los em leite.

No entanto, o cruzamento do Holandês x Senepol é um “Dairy on Beef”, o oposto do “Beef on Dairy” (touro de corte em vaca leiteira).

Nesse caso, o produtor estaria usando uma raça de leite sobre uma raça de corte, o que não é o caminho mais eficiente para a produção de leite em escala comercial.

As fêmeas meio-sangue Holandês x Senepol produzirão mais leite que suas mães, mas não serão vacas altamente produtivas. A produção de leite não se resume a um pico de produção, mas à quantidade de dias produzindo.

Fêmeas que não são especializadas podem ter um pico alto, mas um período de lactação muito menor, ficando mais tempo “vazias” e sem produzir. Elas seriam como um “hóspede de hotel que fica 365 dias, mas só paga 100”, ou seja, um prejuízo.

Duas opções para o sucesso na produção de leite

Foto: Fazenda do Basa/Divulgação

Guilherme Marquez oferece duas alternativas para Washington Cobacho, que busca um rebanho de alta produção de leite:

  • 1ª opção: Embrião de girolando. É o caminho mais rápido para a evolução genética. A primeira geração de girolando já nasce com alta produção de leite. O produtor pode usar embrião de girolando 5/8, meio-sangue ou 3/4. É uma forma de ter vacas extraordinárias para produção de leite em apenas uma geração, otimizando o tempo e o investimento.
  • 2ª opção: Touro holandês. Se o produtor insistir na ideia, ele terá vacas meio-sangue holandês que produzirão mais leite que as mães, mas os machos serão aproveitados apenas para o abate. Essa opção é mais lenta para se obter um rebanho de alta produção e pode não ser a mais rentável.

Guilherme Marquez ressalta que, se o objetivo é ter um rebanho de leite, é preciso usar uma genética especializada para isso.

O uso de embrião de girolando é a forma mais rápida e assertiva de ter animais com alta produção e longevidade no rebanho, garantindo o sucesso da pecuária leiteira na fazenda.



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