Justiça dos EUA determina que maioria das tarifas de Trump é ilegal



Um tribunal de apelações dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (29) que a maior parte das tarifas impostas por Donald Trump é ilegal, informou a agência de notícias Reuters.

Contudo, o tribunal determinou que as medidas que penalizam exportadores continuem em vigor até 14 de outubro, concedendo ao governo Trump a chance de recorrer à Suprema Corte dos Estados Unidos.

“O estatuto confere ao Presidente autoridade significativa para tomar diversas ações em resposta a uma emergência nacional declarada, mas nenhuma dessas ações inclui explicitamente o poder de impor tarifas, tributos ou similares, nem o poder de taxar,” afirmou o tribunal.

De acordo com a Reuters, a decisão, por 7 votos a 4, do Tribunal de Apelações do Circuito Federal, em Washington, analisou a legalidade das chamadas tarifas “recíprocas” impostas por Trump em abril, no contexto da guerra comercial, além de outro conjunto de tarifas aplicadas em fevereiro contra China, Canadá e México.

A decisão não altera tarifas estabelecidas com base em outras leis, como as aplicadas por Trump sobre importações de aço e alumínio.

Trump defendeu as tarifas com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), cujo texto autoriza o presidente a enfrentar “ameaças incomuns e extraordinárias” em situações de emergência nacional.

“Parece improvável que o Congresso tenha pretendido, ao promulgar a IEEPA, romper com sua prática anterior e conceder ao Presidente autoridade ilimitada para impor tarifas,” diz a decisão judicial, conforme a Reuters.

“O estatuto não menciona tarifas (nem sinônimos) e tampouco possui salvaguardas processuais que estabeleçam limites claros ao poder do Presidente de impor tarifas.”

Tarifas como arma política

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud enfatiza que Trump trata tarifas como arma política e não como política econômica séria. “Isso gera inflação nos EUA, cria incerteza para investidores e ameaça a confiança internacional”, pontua.

Segundo ele, o Brasil sente diretamente esse peso. “Café, carne e açúcar estão entre os produtos mais afetados pelo tarifaço. Produtores e exportadores, que já enfrentam custos altos e concorrência acirrada, ficam reféns de uma decisão política que nada tem a ver com eficiência ou qualidade.”

Daoud acredita que se a Suprema Corte confirmar a decisão da Apelação, estará reafirmando um princípio básico: o presidente não pode agir sozinho em medidas que afetam toda a economia mundial. “Até lá, o comércio global segue preso a uma medida que já foi considerada ilegal, mas que continua em vigor”, diz.



Veja a matéria completa aqui!

Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.