No último fechamento de mercado do ano para o açúcar, as cotações encerraram em baixa, com o contrato março/25 cotado a 19,13 centavos de dólar por libra-peso de acordo com os dados da Barchart. Todos os demais contratos futuros ficaram abaixo de 18 centavos, indicando espaço para mais pressão nos preços a médio e longo prazo. Nos meses finais do ano, o mercado já apresentava quedas graduais, mas o recuo acentuado dos últimos dias reflete a redução no déficit global de produto disponível para comercialização.
A pressão negativa persiste apesar da safra incerta na Índia, que havia sinalizado a possibilidade de exportar excedentes caso sua produção atendesse às exigências de mistura de etanol doméstico. No entanto, o país enfrenta chuvas excessivas após um longo período de seca, situação que pode levar a uma redução na produção de açúcar para níveis abaixo do consumo interno pela primeira vez em oito anos, segundo agricultores e autoridades do setor.
Além disso, o açúcar brasileiro tem impactado o mercado, já que a desvalorização do real em relação ao dólar incentiva as vendas externas pelas usinas nacionais, ampliando a oferta global e pressionando ainda mais os preços. Por outro lado, o último relatório da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), mostrou uma retração no processamento de cana. Na segunda quinzena de novembro, as usinas do Centro-Sul processaram 20,35 milhões de toneladas, contra 24 milhões no mesmo período da safra 2023/2024, o que corresponde a uma queda de 15,2%. No acumulado da safra 2024/2025 até 1º de dezembro, a moagem atingiu 602,94 milhões de toneladas, uma redução de 2,75% em relação às 619,97 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.
Fonte:
Notícias Agrícolas