O programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo no ano passado, surgiu com o objetivo de combater a alta inadimplência de pessoas físicas e ajudar milhões de brasileiros a regularizarem suas dívidas.
Em 2024, o programa beneficiou cerca de 15 milhões de pessoas, gerando a esperada redução da inadimplência e aumentando o contato das pessoas com bancos e empresas de crédito.
Entretanto, com a melhora no cenário econômico e a queda histórica no desemprego, surge a pergunta: vai ter Desenrola em 2025? A resposta, segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, é “não vemos necessidade nesse momento”.
À CNN, Pinto apontou que o Desenrola foi um programa conjuntural, criado para resolver uma situação específica da economia brasileira — a alta inadimplência gerada pela pandemia e suas consequências econômicas.
Na avaliação dele, a economia se recuperou, como mostram o baixo nível de desemprego e o aumento na renda disponível das famílias. Assim, o governo não vê a necessidade de prorrogar ou criar uma nova versão do programa em 2025.
“O Desenrola foi um programa conjuntural. A gente tinha uma situação vindo da pandemia, de grande crise econômica, com alta inadimplência e a gente tomou essa medida para atacar esse problema. A gente, nesse momento, não vê necessidade de outro programa porque as condições mudaram”, afirmou à reportagem.
Apesar dessa avaliação, o secretário deixou claro que o governo não descarta a criação de programas semelhantes no futuro, caso haja um novo cenário de crise ou se a necessidade de intervenção se fizer presente novamente.
“Neste momento, não há discussão do governo sobre isso, o que não significa que isso não possa ser feito mais pra frente”, pontuou.
Marcos Pinto aponta que as reformas que vêm sendo implementadas, como a reforma tributária e suas regulamentações, as mudanças nas regras de crédito e a expansão do acesso ao mercado financeiro vão ser sentidas pelas pessoas no longo prazo.
Segundo o secretário, essas medidas, aliadas à redução do spread bancário, são pontos chave que farão diferença no bolso dos brasileiros nos próximos anos.
O foco agora é criar condições para que as famílias possam seguir com mais estabilidade e menos necessidade de ajuda emergencial, à medida que os efeitos das reformas vão sendo sentidos em todo o país.
Desafios na comunicação
Um dos desafios para 2025, imposto também pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é melhorar a comunicação dos feitos econômicos do governo.
A Secretaria de Marcos Pinto foi responsável por programas não só como o Desenrola, mas também com a aprovação do uso de recursos previdenciários e a norma que limitou os juros do cartão de crédito.
“Aqui na minha Secretaria, a gente fez muita coisa que eu acho que vai ter um impacto relevante. As pessoas precisam ter tempo para sentirem isso na sua vida. O Desenrola beneficiou muita gente. A gente já vê outros instrumentos de crédito sendo utilizados, que a gente criou recentemente, por exemplo, a segunda garantia no imóvel. A gente está vendo isso crescer 40% em um ano”, disse.
“Eu tenho a impressão de que ao chegar no final dessa administração a gente vai conseguir, não só comunicar, como as pessoas vão estar sentindo no próprio bolso, na própria pele tudo que foi feito ao longo desse período”, pontuou.
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