‘Ainda Estou Aqui’ promove novo acerto de contas com o passado, afirma Economist


Em reportagem publicada nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist afirma que o sucesso do filme “Ainda Estou Aqui” vem provocando um novo “acerto de contas” do Brasil com o seu passado violento. “O sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’ está levando os brasileiros a repensar sua clemência”, escreve a publicação.

De acordo com uma pesquisadora de uma universidade argentina ouvida pela revista, a ditadura militar brasileira foi “menos selvagem” do que os regimes da Argentina e do Chile, “embora pelo menos 434 pessoas tenham sido mortas e milhares torturadas”.

“Durante anos, a sociedade civil [brasileira] aceitou a anistia”, segue a reportagem, sobre a lei que perdoou crimes cometidos na ditadura militar.

A revisão da Lei da Anistia da ditadura militar, que vigorou de 1964 a 1985, caminha no STF, o Supremo Tribunal Federal, em três processos distintos. A tendência é de julgamento conjunto dos casos, ainda sem data prevista.

O movimento é resultado da repercussão do filme “Ainda Estou Aqui”, que conta a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura, e da oposição do Supremo ao perdão dos condenados pelos ataques do 8 de janeiro de 2023.

Ainda Estou Aqui” atingiu a marca de 97% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes. O agregador de avaliações da imprensa especializada em todo o mundo também registrou 98% de aprovação do público, reforçando a ampla aclamação que o filme vem recebendo desde a sua estreia no Festival de Veneza, na Itália, no ano passado.

O longa dirigido por Walter Salles concorre a três categorias no Oscar deste ano, que entrega seus troféus no próximo dia 2 de março, e pode levar as estatuetas de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, pelo papel de Fernanda Torres.



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