separar despesas fixas e operacionais pode salvar o caixa da fazenda; entenda



A gestão financeira de uma fazenda de pecuária exige que o produtor rural adote um método que vá além da simples anotação de despesas.

No novo episódio da série “A Conta do Boi”, no Giro do Boi, o doutor em Zootecnia Gustavo Sartorello afirma que o passo mais crucial é classificar todas as despesas em duas categorias fundamentais: fixas e operacionais. Segundo ele, anotar despesas sem classificá-las é um erro de gestão que impede a tomada de decisões estratégicas.

Sartorello explica que essa classificação, embora pareça simples, é o que separa o custo de base para sustentar a operação (custo fixo) do custo de atividade produtiva (custo operacional).

Sem essa distinção clara, o produtor confunde movimento com resultado e não consegue identificar onde o dinheiro está realmente sendo perdido ou investido. A separação é vital para o controle e a rentabilidade da pecuária.

Confira:

O perigo invisível dos custos fixos no caixa

O principal erro de gestão na pecuária, segundo o especialista, é tentar economizar em itens operacionais (como suplemento, sanidade ou genética) e ignorar a pressão dos custos fixos. Quando a receita da fazenda cai, são os custos fixos que mais apertam o caixa, pois eles não variam com o nível de produção.

Para uma gestão eficaz, a definição das despesas é clara:

  • Despesas fixas: são custos que existem e precisam ser pagos mesmo que a produção seja zero. Exemplos: salários e encargos (13º, férias), energia, internet e honorários do contador.
  • Despesas operacionais: só ocorrem porque há animais no sistema e a produção está em andamento. Exemplos: nutrição, sanidade, reprodução, combustíveis, manutenções (máquinas e pasto) e arrendamento de terra.

O produtor deve monitorar o percentual de despesas fixas em relação ao total de gastos. Quanto maior esse percentual, menos flexibilidade a fazenda terá em momentos de crise ou de baixa no preço da arroba, aumentando a vulnerabilidade do negócio.

A gestão de custos não é um luxo, mas sim uma responsabilidade inadiável do pecuarista. Ao separar as despesas fixas e operacionais, o produtor deixa de ser refém do improviso e assume o controle do negócio, transformando dados em poder de decisão.

A dica é ter critério e consistência: o produtor deve definir onde classificar despesas que geram dúvida (como impostos e taxas) e manter essa regra em todas as anotações futuras. O erro fatal, de acordo com Sartorello, não está em escolher o critério, mas em não ter um ou mudá-lo constantemente.

O próximo passo na gestão será aprender a separar os custos não operacionais e os investimentos do capital. A mensagem final do especialista é direta: “A conta do boi não perdoa. Ou você domina a conta, ou vai ser dominado por ela”.



Veja a matéria completa aqui!

Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.