Análise: O que é ruim para Bolsonaro, é bom para Lula? Nem sempre | Blogs


Após a comemoração pela formalização da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, bateu o sentimento de autocrítica em alguns governistas

Passada a euforia, a avaliação é de que comemorar o fato de um inimigo político cair em desgraça pode render saldo negativo para um governo que tem pretensões em 2026 e precisa dos votos de eleitores divididos e descrentes.

O risco de transformar Bolsonaro em mártir também pesa na responsabilidade de seus opositores.

Já era noite quando o ministro da Defesa, José Múcio, falou no ouvido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante jantar no Itamaraty, que a denúncia havia sido protocolada. Havia outros ministros e governistas no local. Todos optaram pela discrição.

Poucas horas depois, no entanto, durante a festa de aniversário do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também em Brasília, o clima era de Copa do Mundo.

As demonstrações de felicidade eram tão entusiasmadas que em determinado momento alguns passaram a falar para outros: “Calma, você é líder de governo. Não pode ser visto agindo assim”, segundo relatos à CNN.

Por mais legítimo que seja comemorar o fim de um adversário, neste jogo, qualquer repercussão mal colocada tende a colaborar com a principal tese bolsonarista: a de que o julgamento é político.

Esse é o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) mais aguardado no país desde os processos do Mensalão e da Lava Jato.

Em comum, o PT e Lula aparecem como personagens de todos, seja como acusado ou como vítima, já que as investigações do golpe foram acrescidas do apontamento pela PF de um plano para matar o presidente e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

No fim de 2024, o governo já havia assistido à primeira prisão de um general na história: Walter Braga Netto. Os holofotes, no entanto, foram reduzidos diante do desalinhamento na divulgação do novo pacote fiscal.

Em pouco tempo, a notícia perdeu espaço para críticas de políticos e investidores sobre a condução do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Logo depois veio a problemática portaria do Pix, que acabou revogada.

Esse período é chamado por integrantes do governo ironicamente de “tempestade perfeita” por afundar o governo em críticas.

E como fica a situação agora? Uma liderança afirmou à CNN, nesta quarta-feira (19), que acha impossível que uma nova “tempestade perfeita” com efeitos tão ruins para o governo volte a acontecer. Afinal, a manchete negativa, neste momento, está com Bolsonaro e não com Lula.



Veja a matéria completa!

Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.