Agricultura tropical é peça central das negociações climáticas



A COP30 será histórica por dois motivos: é a primeira vez que a conferência ocorre na Amazônia e em um país com forte produção agrícola. Da porteira para fora, sustentabilidade e agropecuária podem parecer temas distintos, mas o setor é peça central na solução climática.

Esse é o propósito do ex-ministro Roberto Rodrigues, enviado especial da Agricultura para a COP30. Durante o Fórum Planeta Campo, nesta terça-feira (11), ele apresentou um documento com propostas para posicionar a agricultura tropical como pilar das soluções climáticas globais na conferência está sendo sediada em Belém.

Para isso, foi criado o Fórum Brasileiro de Agricultura Tropical, um espaço de diálogo para mostrar o agronegócio como parte estratégica dos desafios climáticos atuais. Além disso, a ideia também é mostrar o impacto positivo do setor na segurança alimentar e energética mundial.

Agricultura tropical e os seus desafios

O documento preparado por Rodrigues, junto a entidades representativas do agronegócio, já foi entregue ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. Nele, o ex-ministro da Agricultura reúne oito propostas que reconhecem os desafios do setor, mas que também destacam a singularidade e sustentabilidade dos sistemas produtivos tropicais:

  • Reposicionamento político-diplomático: Defende que a agricultura tropical seja tratada como estratégica na agenda global, integrando produção, floresta e clima em políticas unificadas.
  • Adaptação e resiliência como diretrizes: Propõe colocar a adaptação no centro da agricultura tropical, com práticas sustentáveis e inovação voltadas à regeneração e à resiliência produtiva.
  • Centralidade da ciência, tecnologia e inovação: Aponta a necessidade de investir continuamente em pesquisa, extensão rural e bioeconomia para impulsionar uma agricultura de baixa emissão.
  • Compromissos financeiros para agricultura sustentável: Pede integração da agricultura aos mecanismos de financiamento climático, com recursos dedicados à transição de baixo carbono e valorização de florestas produtivas.
  • Financiamento para setores vulneráveis: Sugere priorizar recursos para áreas mais expostas aos impactos do clima, promovendo resiliência, segurança alimentar e justiça climática.
  • Integração das agendas de segurança alimentar e energética: Reforça a agricultura tropical como base da segurança alimentar e energética global, com destaque para a agroenergia na transição climática.
  • Coexistência de modelos produtivos sustentáveis: Reconhece a importância de diferentes modelos agrícolas e defende políticas complementares que respeitem as realidades regionais.
  • Bio-revolução na agricultura: Propõe consolidar o uso de soluções biológicas, como biofertilizantes e inoculantes, para reduzir emissões e fortalecer a saúde do solo.

Neste sentido, as propostas consolidam a visão de que a agricultura tropical deve ocupar um espaço central nas negociações climáticas globais, especialmente na COP30. Para Roberto Rodrigues, entretanto, o desafio é transformar o potencial produtivo e ambiental do setor em política de estado e posicionar o Brasil como referência mundial em soluções sustentáveis.



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