como a CBF consegue sabotar o próprio produto – R7 Esportes


Semifinais da competição acontecem nesta quarta-feira (12), longe dos estádios onde os times mandantes estão acostumados a jogar

Corinthians enfrenta o Cruzeiro hoje em São Bernardo Rodrigo Gazzanel / Corinthians

A discussão sobre a valorização e o investimento ao futebol feminino não é nova. Aqui no blog mesmo já questionei e trouxe esse debate algumas vezes. Muita coisa já mudou — vide exemplo recente do aumento de 20% das cotas aos clubes do Brasileirão Feminino deste ano, uma recorde até então —, mas ainda está bem longe de ser perfeito.

Pois bem, a CBF achou de bom-tom marcar as semifinais da Supercopa do Brasil Feminina para a tarde desta quarta-feira (12) e fora dos estádios onde os times mandantes estão acostumados a jogar. O São Paulo enfrenta o Flamengo na Vila Belmiro, às 16h. Enquanto o Corinthians fará sua partida contra o Cruzeiro no estádio 1º de maio, em São Bernardo do Campo, às 19h — vale lembrar que o time masculino tem um desafio pela Libertadores hoje às 21h30, o que torna inviável para a torcida comparecer aos dois jogos, levando em consideração tempo e distância.

Como a instituição consegue sabotar o próprio produto? Porque, convenhamos, são poucas as pessoas que têm disponibilidade para assistir a um jogo no período da tarde em pleno dia de semana e em outra cidade.

Nem preciso dizer que em uma decisão do futebol masculino isso jamais aconteceria — quando raramente os jogos não são nos horários considerados nobres, não faltam reclamações de dirigentes. Cobramos tanto da Conmebol pela falta de prestígio com a Libertadores Feminina e estamos indo pelo mesmo caminho?

A pergunta que fica é: até quando o futebol feminino não vai ser tratado como prioridade? E é raso justificar escolha alegando que não há interesse pela modalidade, visto que o recorde de público na América Latina é do Brasil — a final do Brasileirão Feminino 2024 entre Corinthians e São Paulo contou com 44.529 pessoas na Neo Química Arena.

Confesso que estou curiosa para saber qual vai ser a justificativa, ou seria desculpa? O que não falta é criatividade: “o clube não vai poder jogar na arena, porque tem jogo do masculino no mesmo dia”; “a final não vai ser em São Paulo por questões de segurança”, “não vamos abrir outros setores porque não tem público”. Estamos exaustos!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.



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