Com o ano de 2025 à porta, chegou a hora de espiar o que as editoras brasileiras preparam como destaques de seu calendário no próximo ano.
Lira Neto enfim lança em fevereiro sua biografia “Oswald de Andrade: Mau Selvagem”, sobre o modernista cuja obra entra em domínio público no ano que vem. Na mesma época, a Companhia das Letras também tira do forno duas grandes autobiografias com lançamento mundial: do papa Francisco, “Esperança”, e do empresário Bill Gates, “Código-Fonte”.
Nos meses seguintes, a editora ainda investe nas memórias do cacique Raoni e na sequência que o ator e diretor Lázaro Ramos prepara de “Na Minha Pele”.
Em março, a casa também integra o lançamento global do novo livro de Chimamanda Ngozi
Adichie, “A Contagem dos Sonhos”, com o qual a nigeriana quebra um hiato de dez anos sem romances. Outra autora renomada, Zadie Smith, também deve trazer ao Brasil seu “A Fraude” no próximo ano.
Falando em prestígio, a Todavia se prepara para lançar a obra mais recente de sua nova Nobel de Literatura, Han Kang, que foi a primeira sul-coreana a ganhar o prêmio no último mês de outubro. “Sem Despedidas” deve sair ainda no primeiro semestre.
A casa tem no prelo ainda dois livros que povoaram as listas de melhores de 2024 lá fora: “James”, de Percival Everett, com o qual o autor que venceu o National Book Award; e “A Chamada”, relato sobre a ditadura da jornalista argentina Leila Guerriero.
Já a editora DBA deverá lançar no mesmo ano os dois últimos vencedores do Booker, a mais importante premiação da língua inglesa: “Prophet Song”, saga familiar do irlandês Paul Lynch, e “Orbital”, o mais recente vitorioso, um romance existencial da britânica Samantha Harvey centrado em astronautas. E a mexicana Cristina Rivera Garza publica seu “Autobiografia do Algodão”, vencedor do Pulitzer como livro de memórias, na Autêntica Contemporânea.
A Intrínseca investe em um novo volume da série sobre Mussolini de Antonio Scurati, “M”, e em autoras populares como Valérie Perrin e R.F. Kuang. Na Rocco, que celebra seu cinquentenário em abril, as apostas são em “Patriota”, memória do dissidente russo Alexei Navalni, e em novidades de Ocean Vuong e Tommy Orange.
Na Fósforo, o Nobel Jon Fosse terá editada no Brasil sua obra mais ambiciosa, a “Heptalogia”, e a chinesa Can Xue, eterna cotada ao prêmio, será apresentada ao país com “Histórias de Amor no Novo Milênio”. A Dublinense também tem no prelo um eterno nobelizável, Ngugi wa Thiong’o, e a 34 traz um novo de Liudmila Ulítskaia, nome de proa da literatura russa.
O premiado projeto Círculo de Poemas terá novas obras de nomes fortes como Angélica Freitas, Ricardo Aleixo e Eliane Marques. E o maior poeta vivo do país, Augusto de Campos, lança “Pós-Poemas”, anunciado como seu último livro, na Perspectiva em fevereiro. Ele também supervisiona com André Vallias, para a Companhia, a organização da obra completa de Décio Pignatari no volume “Poesia Pois é Poesia”.
Deve haver novos livros tanto de Silviano Santiago quanto sobre o mineiro, na biografia escrita por João Pombo Barile. E falando em autores brasileiros, o ano deve trazer inéditos de Cristovão Tezza, Tati Bernardi, Noemi Jaffe, Giovana Madalosso, Djamila Ribeiro, Stefano Volp e —se Deus quiser— Adélia Prado.
A coluna faz uma breve pausa e retorna daqui a duas semanas. Feliz 2025 aos leitores e leitoras.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.