A ex-presidente do Ibama e atual coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, apontou uma contradição significativa na estratégia energética do Brasil.
Durante sua participação no WW, Araújo questionou a coerência entre a aspiração do país de ser um líder ambiental e climático global e sua decisão de expandir expressivamente a exploração de petróleo.
Segundo a especialista, “há uma contradição clara entre o Brasil querer ser um líder ambiental e climático na esfera mundial e optar pela expansão significativa da exploração de petróleo”.
Araújo enfatizou que o mundo enfrenta uma crise climática evidente, com mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa sendo causadas pela queima de combustíveis fósseis.
Crise climática e demanda de petróleo
Araújo alertou para a insustentabilidade de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. Ela argumentou que, mesmo que o petróleo brasileiro seja exportado, sua queima em qualquer lugar do mundo contribuirá para o agravamento da crise climática.
A especialista citou projeções da Agência Internacional de Energia, que prevê um declínio na demanda de petróleo após 2030.
“O Brasil está falando de crescer bastante a produção de petróleo, ele é oitavo maior produtor mundial, em plena crise climática e com a perspectiva de decréscimo da demanda mundial”, pontuou Araújo.
Alternativas sustentáveis
Araújo classificou a estratégia brasileira como “uma aposta com olhar para o passado”. Ela defende que o Brasil tem potencial para explorar futuros mais sustentáveis e liderar outros países com opções de desenvolvimento alternativas.