(Reuters) – O Federal Reserve entrará em sua reunião de política de 18 e 19 de março com o mercado de trabalho forte em geral, mas mostrando alguns possíveis sinais iniciais de enfraquecimento, o que poderia colocar o banco central dos Estados Unidos em uma situação difícil se a inflação permanecer alta e as tarifas do governo Trump aumentarem as pressões sobre os preços.
O crescimento do emprego nos EUA acelerou em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira, com os empregadores criando 151.000 vagas. Esse número está bem acima da taxa de crescimento mensal de 80.000 a 100.000 que o diretor do Fed, Christopher Waller, disse na quinta-feira que consideraria um nível saudável de criação de empregos.
Waller e outras autoridades do Fed disseram que um mercado de trabalho forte, por enquanto, permite que o banco central mantenha sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%, enquanto espera por mais progresso na inflação, que permanece acima da meta de 2%.
No entanto, o último relatório sobre empregos também mostrou que a taxa de desemprego subiu para 4,1% e o número de pessoas que se contentaram com trabalho de meio período porque não conseguiram encontrar uma posição de tempo integral também aumentou acentuadamente, elevando uma medida mais ampla de desemprego conhecida como U-6 para 8%, o nível mais alto para essa medida de subemprego desde outubro de 2021.
O governo federal perdeu empregos no mês passado, mostrou ainda o relatório, embora analistas tenham dito que o efeito total das reduções da força de trabalho lideradas pelo bilionário da tecnologia Elon Musk e seu Departamento de Eficiência Governamental pode não aparecer até março ou abril.
“O relatório de emprego de fevereiro mostrou um certo abrandamento nas condições, mesmo antes do impacto dos cortes maiores nas contratações e terceirizados federais”, escreveu Julia Coronado, presidente da MacroPolicy Perspectives, em uma nota.
Operadores de juros futuros passaram após o relatório suas apostas no início dos cortes de juros pelo Fed para junho, em relação a maio antes do relatório, mas ainda veem um total de três cortes em 2025.
As autoridades do Fed, que em dezembro achavam que provavelmente haveria dois cortes este ano, atualizarão suas projeções na próxima reunião de política monetária.
(Reportagem de Ann Saphir)