Lula afirmou ainda que governo pode tomar atitudes “mais drásticas” caso não encontre solução
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), fez um vídeo trazendo sua análise sobre as recentes medidas anunciadas pelo Governo Federal para uma tentativa de reduzir os preços dos alimentos. O parlamentar afirma que tais medidas não geram efeitos imeadiatos, principalmente, quando boa parte delas necessita da aprovação de governos estaduais.
“Nós da FPA apresentamos, ainda na sexta-feira, um pacote com 20 medidas de curto e longo prazo para que fossem adotadas alíquotas especiais para toda a cadeia produtiva. Mas, fazer uma reunião com apenas parte do setor produtivo na mesa, sem os produtores rurais, piora a piora muito este cenário”, diz. “A redução temporária de PIS/Cofins, insumos essenciais, sobre o trigo, sobre óleos vegetais para baratear produtos como massas e pães, além da revisão da tributação sobre insumos agrícolas são muito mais eficazes e fortalecem a produção nacional, não nossos competidores”.
Lupion criticou ainda a falta de medidas de ajustes fiscais, algo que vem há tempo sendo criticado por especialistas e apontado como o combustível central da persistente inflação no Brasil, além de questionar se o Brasil vai, como fazia há 20 anos, voltar a importar alimentos, lembrando do escândalo que se deu em torno da tentativa de importação de arroz logo após as enchentes no Rio Grande do Sul.
“A colheita da safra vai regular o mercado em dois meses, menos tempo do que as medidas anunciadas trazem de impacto aos consumidores”, afirma o presidente da FPA. Mais do que isso, novamente falou sobre a necessidade dos maiores investimentos no setor produtivo nacional, além da garantia da segurança jurídica, bem como um Plano Safra mais robusto, sem cortes e interrupções como acontecu recentemnte. “Não tem falta de alimentos nas prateleiras, não há desabastecimento, o que existe é um desafio econômico”.
Abaixo, veja a o vídeo completo de Pedro Lupion:
A Senadora Tereza Cristina (PP-MS), também integrande da FPA, classificou as medidas como inócuas. “Lula 3 anunciou medidas consideradas inócuas pela quase unanimidade, criando uma cortina de fumaça, com objetivos políticos e eleitoreiros. Quem onerou os custos de produção e gerou inflação para todos os segmentos foi o desequilíbrio fiscal do próprio governo – que não dá sinais de conter a gastança, muito pelo contrário”, disse.
Veja sua nota completa:
Em um discurso feito em um evento em Campo do Meio/MG, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo segue buscando uma solução pacífica para a inflação dos alimentos, mas que pode tomar atitudes mais drásticas se necessário. “Porque o que interessa é levar comida barata para o prato do povo brasileiro”, disse o presidente, ainda ironizando sobre os preços dos ovos.
“Fiz uma reunião com muitos ministros, muitos empresários, muitas medidas, mas eu quero encontrar uma solução para o preço do ovo. O ovo está saindo do controle. Alguns dizem que é o calor, outros dizem que é a exportação. Eu estou atrás”, disse o presidente durante a visita a um assentamento do MST, segundo noticiou o jornal Folha de S. Paulo. ” Galinha não está comendo carne, não tem uma galinha pedindo aumento do ovo”.
Na Reuters: Lula diz que governo quer solução “pacífica” para baixar preços de alimentos, mas não descarta medidas “drásticas”
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que governo e empresários estão preocupados com a alta do preço dos alimentos e que trabalha na busca de uma solução pacífica, que não leve prejuízo aos produtores.
Ponderou, no entanto, que poderá lançar mão de medidas mais “drásticas”.
“Nós estamos tentando encontrar uma solução. A gente não quer brigar com ninguém. A gente quer encontrar uma solução pacífica”, disse o presidente em cerimônia de entregas de programa de reforma agrária em Campo do Meio (MG).
“Mas se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar atitudes mais drásticas”, acrescentou.
Para o presidente, “o que interessa é levar comida barata para a mesa” da população.
“E ela pode ser barata pagando um preço justo para o produtor. A gente acha que o produtor também tem o direito de ganhar dinheiro. A gente não quer que o produtor tenha prejuízo.”
Na noite de quinta-feira, o governo anunciou o corte das alíquotas de importação sobre carne e vários outros produtos, além de outras medidas como parte do esforço para reduzir os preços dos alimentos.