Recuperação de áreas degradadas ganha espaço e atrai novos investimentos no campo



A recuperação de áreas degradadas tem deixado de ser apenas um compromisso ambiental para se tornar também uma oportunidade econômica dentro do agronegócio brasileiro. Essa tendência, que alia sustentabilidade e rentabilidade, desperta o interesse de produtores e empresas que buscam gerar impacto positivo sem abrir mão do retorno financeiro.

Segundo líder Agro Grant Thornton Brasil, Tiago Grisol, o movimento representa uma nova fase para o setor. “O Brasil nasceu de uma colonização exploratória, e por muito tempo nossa produção foi baseada na expansão da fronteira agrícola. Agora, com a valorização da terra e a necessidade de maior eficiência, cresce o interesse em recuperar áreas degradadas e torná-las produtivas novamente”, explica.

A lógica é clara: quanto maior o valor da terra, mais estratégico se torna investir em práticas que aumentem a produtividade com responsabilidade ambiental. Isso tem atraído não só produtores individuais, mas também investidores e empresas que veem na sustentabilidade uma vantagem competitiva.

Tecnologia, gestão e regeneração do solo

Para Grisol, o papel da tecnologia é determinante nesse processo. O Brasil, reconhecido mundialmente pela inovação no campo, tem usado a diversidade de biomas e culturas como um laboratório de soluções sustentáveis.

“O país desenvolve tecnologias que vão muito além do maquinário. Hoje falamos de gestão, estratégia e planejamento de longo prazo, pilares que reduzem riscos e aumentam a lucratividade das propriedades”, destaca.

O avanço das novas gerações no campo também tem impulsionado essa transformação. Jovens produtores vêm incorporando ferramentas digitais, sensoriamento remoto e análise de dados para monitorar a saúde do solo, medir eficiência produtiva e planejar o uso de insumos de forma racional. “Sustentabilidade é sinônimo de controle e perenidade dos negócios”, reforça o especialista.

O novo olhar sobre o valor da terra

A recuperação de áreas degradadas muda também a forma como o produtor avalia o valor da propriedade rural. Antes, a referência era a produtividade imediata, quantas sacas a terra era capaz de produzir. Agora, o mercado começa a olhar para algo mais amplo: a capacidade da propriedade de gerar fluxo de caixa e reduzir riscos.

“Uma área recuperada tem maior potencial de captar recursos, atrair investidores e acessar financiamentos com juros mais baixos, já que representa menor risco ambiental e econômico”, explica Grisol.

Essa mudança de percepção aproxima o campo do mercado financeiro, criando pontes entre sustentabilidade e capital. Fundos de investimento, bancos e programas públicos têm olhado com atenção para propriedades que comprovam boas práticas ambientais e sociais.

Segundo Grisol, no futuro, o valor de uma fazenda será medido não apenas pela produtividade, mas também pela capacidade de gerar riqueza com responsabilidade ambiental.

Sob supervisão de Vitória Rosendo



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