Pacto de Belém reúne 29 acordos e reforça protagonismo do agro na COP


A COP realizada em Belém, no Pará, chegou ao fim com a aprovação de 29 acordos que compõem o chamado Pacote de Belém. O jornalista João Nogueira, que acompanhou a conferência detalhou os principais avanços e os pontos que ficaram de fora do documento final, especialmente aqueles com impacto direto para o agronegócio brasileiro.

Segundo Nogueira, a conferência reuniu representantes de 195 países, além de sociedade civil e setor privado, e foi marcada por negociações intensas. Entre as propostas que não avançaram está o acordo para estabelecer um “mapa do caminho” rumo ao fim dos combustíveis fósseis.

A iniciativa, lançada pelo presidente Lula e inicialmente apoiada por cerca de 80 países, foi barrada por nações do Oriente Médio, cuja economia depende fortemente do petróleo. “Nas primeiras semanas as negociações caminhavam, a partir da segunda semana elas travaram”, explicou.

Pacote de Belém
Foto: reprodução/Planeta Campo

Financiamento climático avança

Se o tema dos combustíveis fósseis não avançou, o financiamento climático ganhou protagonismo. Os países ricos concordaram em triplicar, até 2035, os recursos destinados à adaptação de nações em desenvolvimento, elevando o montante para US$ 120 bilhões. Segundo Nogueira, esse foi “o grande destaque”.

Outro avanço relevante foi o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa brasileira que se diferencia por oferecer retorno financeiro aos investidores, além de proteger biomas. Até agora, US$ 6,7 bilhões já foram captados, com foco prioritário na conservação da Amazônia.

Outras iniciativas aprovadas

Também foi aprovado o Acelerador Global de Implementação, uma ação voluntária que reúne países interessados em acelerar a execução de acordos firmados em COPs anteriores.

No eixo agrícola, ganhou força a iniciativa Raiz, voltada ao uso e recuperação de pastagens degradadas. O Brasil, que tem vasta extensão dessas áreas, recebeu apoio da ONU. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a Organização das Nações Unidas (ONU) “está muito feliz” com o projeto e deve ajudar a promovê-lo internacionalmente.

Agro ganha protagonismo na COP

Esta edição da conferência marcou a primeira vez em que o agronegócio teve um espaço dedicado, a Agrizone, criada pela Embrapa. Além disso, a Blue Zone, área oficial de negociações, dedicou dois dias inteiros para discussões sobre agricultura e produção rural.

A diretora de políticas públicas e relações governamentais da The Nature Conservancy (TNC), Karen Oliveira, destacou que o início da presidência brasileira da COP, que seguirá até 2031, trouxe foco em soluções efetivas já desenvolvidas por diferentes setores.

“O setor da agricultura deu um show. O eixo de agricultura e o de florestas mostraram resultados muito efetivos”, afirmou.

Na Blue Zone, foram anunciadas medidas com impacto direto ao produtor, como o Eco Invest, o programa de rastreabilidade do Pará e novas linhas de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fortalecer o Plano Safra.

“A agricultura tem papel fundamental na redução das emissões e na manutenção deste equilíbrio climática”, reforçou Karen.

Próximos passos

Com o fechamento das negociações e a consolidação do Pacto de Belém, o próximo passo será acompanhar a implementação das ações ao longo do ano de presidência brasileira.



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