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Rebeldes sírios tomam Damasco e anunciam o fim do regime de Assad


A aliança rebelde síria liderada por grupos islamistas anunciou, neste domingo (8), que tomou o controle de Damasco. Além disso, a Rússia afirmou que o presidente sírio Bashar al-Assad renunciou ao cargo e saiu do país. A localização de Assad ainda é desconhecida. Bashar al-Assad governou a Síria com mão de ferro durante 24 anos e reprimiu com violência uma revolta pró-democracia em 2011, que virou uma das guerras mais sangrentas do século. Ele assumiu o controle do país em 2000, sucedendo o pai, que governava desde 1971.

Centenas de pessoas saíram às ruas de Damasco e Istambul, na Turquia, onde vive uma diáspora de meio milhão de sírios, para celebrar a “fuga” do presidente Bashar al-Assad da capital síria. “A Síria é nossa, não é da família Assad”, gritavam homens armados, integrantes de grupos rebeldes, que dirigiram por algumas ruas da cidade e atiraram para o alto. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Assad “fugiu de seu país” depois de perder o apoio da Rússia. Já a Casa Branca ressaltou que o presidente em fim de mandato, Joe Biden, acompanha “com atenção os extraordinários acontecimentos” em curso na Síria.

Entenda o conflito

Em 27 de novembro uma aliança rebelde liderada por islamistas iniciou uma ofensiva relâmpago no noroeste do país. Os insurgentes conquistaram rapidamente várias cidades, com o objetivo de chegar a Damasco e derrubar o presidente. A Síria é cenário de uma guerra civil desde a violenta repressão pelo regime de Assad das manifestações pró-democracia no país, em 2011, no contexto das denominadas “primaveras árabes”.

“Depois de 50 anos de opressão sob o governo do partido Baath e 13 anos de crimes, tirania e deslocamento (desde o início da revolta em 2011), anunciamos hoje o fim da era obscura e o início de uma nova era para a Síria”, afirmaram os rebeldes.



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Sandra Oh, de “Greys Anatomy“, se joga em noitada de samba: “Encantada“


A atriz Sandra Oh, 53, conhecida por interpretar Cristina Yang em “Greys Anatomy”, veio ao Brasil para participar da Comic Con Experience (CCXP24), e aproveitou a tarde deste domingo (8), para assistir o ensaio da escola de samba Império de Casa Verde, em São Paulo.

O Instagram da escola de samba publicou uma sequência de fotos da atriz assistindo ao ensaio.

“Recebida pela Diretoria da Império, Sandra foi embalada pela energia contagiante da bateria Barcelona do Samba, que comandou o ritmo da noite. Encorajada pelos ritmistas, a atriz se arriscou nos passos de samba”, escreveu a escola em nota oficial.

“Essa foi a minha primeira vez numa quadra de escola de samba e fiquei encantada pelo ritmo e dança”, disse a atriz, segunda a nota da Império da Casa Verde.

Sandra Oh marcou presença na Comic Con Experience (CCXP), no último sábado (7), e se emocionou ao ser ovacionada pelos fãs brasileiros.

Sandra esteve no evento, no palco Thunder, para divulgar a terceira temporada da animação “Invencível”, na qual dubla a personagem Debbie.

Além de Sandra, Gillian Jacobs, que dubla Samantha Eve “Sam” Wilkins na série, e o autor, Robert Kirkman, também marcaram presença no evento para divulgar a nova temporada da produção, que vai ao ar no dia 6 de fevereiro de 2025.

Anya Taylor-Joy, Sandra Oh e mais: veja novos confirmados na CCXP 2024

 



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Botafogo viaja para disputar Copa Intercontinental horas após ser campeão


O Botafogo quebrou o jejum de 29 anos e se sagrou campeão do Brasileirão 2024. Entretanto, sem muito tempo para festejar, os jogadores do Glorioso embarcam na noite deste domingo (8), no Aeroporto do Galeão, para o Catar.

Na expectativa de trazer o título inédito, o Botafogo vive maratona nesta reta final de temporada. Portanto, os jogadores vão sair da festa do título no Nilton Santos direto para o aeroporto.

O primeiro compromisso do clube na Copa Intercontinental é o Pachuca, do México, na disputa do Dérbi das Américas, nesta quarta-feira (11). Se passar pelo clube da Concacaf, o Botafogo irá encarar o Al Ahly, do Egito.

Se vencer a Challenger Cup, no dia 14 (sábado), o Botafogo irá se preparar para enfrentar o Real Madrid na grande final do torneio, no dia 18 (quarta-feira), com expectativa de conquistar o seu primeiro título mundial da Fifa.

Com pouco tempo de recuperação, o Glorioso precisará lidar com um fim de temporada fulminante para sair com o título.

Desfalque

O lateral Vitinho, que está lesionado, não vai disputar o torneio Intercontinental. Entretanto, o zagueiro Bastos, que foi poupado no compromisso contra o São Paulo, será um reforço na lista de inscritos.



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Provas do Passe UFMS serão aplicadas em 11 cidades de MS neste domingo


Os portões abrem às 7h, com início da aplicação das provas às 8h e término às 13h, no horário de Mato Grosso do Sul.



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Quem é Abu Mohammed al-Golani, chefe do grupo rebelde sírio HTS


O sírio lidera seus combatentes em uma longa ofensiva contra o governo de Bashar al-Assad, reacendendo a longa guerra civil do país.



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Execução em aeroporto completa um mês com 1 preso, 6 liberados, 1 foragido e 4 não identificados | Blogs


Após audiência de custódia, a Justiça decidiu manter a prisão de um jovem de 19 anos acusado de participar indiretamente da execução do empresário Antônio Vinícius Gitzbach, no aeroporto de Guarulhos. Ele é o único que se manteve preso depois das audiências de custódia realizadas nesse final de semana.

Tio e irmão do rapaz, assim como um casal e outras duas pessoas, também foram detidos pela polícia, mas acabaram soltos. O casal nem chegou a ser submetido à audiência de custódia pois o objetivo da polícia era ouví-los como testemunhas.

Na decisão, a juíza que soltou os familiares do jovem entendeu que não foram reunidos os elementos para a prisão em flagrante. A prisão do irmão dele havia sido anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), sem que o homem tivesse sequer ligação com o crime estabelecida pelos investigadores.

“Após um trabalho de inteligência, policiais de ROTA acabam de prender um dos criminosos envolvidos no assassinato de Vinicius Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos. Ele foi preso com munições de fuzil e está sendo conduzido ao DHPP”, disse o governador em postagem.

Apesar da manifestação do governador, o que levou à operação que prendeu os três homens da mesma família não foi o trabalho de inteligência da polícia, mas uma denúncia por telefone.

O governo havia estipulado uma recompensa de R$ 50 mil para informações que pudessem levar a Kauê do Amaral Coelho, mas ele segue foragido. A suspeita é de que tenha fugido para o Rio de Janeiro. Autoridades do Rio revelaram à CNN que um “consórcio de facções” pode ter sido feito para abrigar o criminoso em uma comunidade carioca.

Kauê, que tem 29 anos e já foi preso por tráfico em 2022, é o único da quadrilha de pelo menos cinco pessoas que foi identificado até agora. Ele aparece em imagens do saguão do Aeroporto de Guarulhos falando ao telefone. Segundo a polícia, ele estava avisando aos executores que o empresário é delator do PCC e que havia desembarcado do voo vindo de Maceió.

O único que segue preso é o jovem Matheus Soares Brito, de 19 anos. À CNN, o advogado dele, Eduardo Kuntz, contestou a legalidade das prisões. “Não havia mandado de prisão em aberto contra eles. A detenção foi arbitrária e absurda. Vamos recorrer da decisão e buscar a liberdade dos meus clientes,” disse.

Segundo fontes da força tarefa, Matheus teria ajudado Kauê na chegada dele ao aeroporto e na fuga para o Rio de Janeiro. A defesa nega.

Pelo menos cinco pessoas fizeram parte da quadrilha de execução de Antônio Vinícius Gritzbach, segundo as investigações. Além de Kauê, seriam dois executores armados com fuzis, um motorista do carro que levava ambos, e um outro homem que teria ajudado na fuga. A participação de uma sexta pessoa que estaria no mesmo voo de Gritzbach, vindo de Maceió, ainda está sendo investigada.



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politica

Síria: com baixa demanda, Itamaraty ainda desconsidera operação para repatriar brasileiros


O Itamaraty ainda considera baixa a procura por atendimento consular de brasileiros que estão na Síria.

Foram poucos contatos feitos até aqui, segundo fontes da diplomacia brasileira. A comunidade de brasileiros na Síria é estimada em 3.500 pessoas.

O Ministério das Relações Exteriores mantém o monitoramento da situação no país, após a derrubada do regime do presidente sírio Bashar al-Assad por grupos rebeldes neste domingo (8).

A recomendação do governo é para que os brasileiros saiam do país. Pessoas de diferentes origens estão deixando ou voltando à região por via terrestre. Não há registro de vítimas por conflitos.

Ainda não se fala em uma operação de repatriação feita em conjunto com a Força Aérea Brasileira, como ocorreu recentemente ma escalada de conflitos no Líbano e, anteriormente, com a retirada de pessoas da Faixa de Gaza e de Israel.

O número de brasileiros nessas regiões era maior, o que ajuda a explicar a demanda para uma operação do governo brasileiro.

A comunidade no Líbano, por exemplo, era estimada em mais de 20 mil pessoas e mais de três mil chegaram a manifestar a intenção de deixar o território.

Na operação batizada de “Raízes do Cedro”, mais duas mil pessoas foram retirados do território libanês.

Em Israel e na Palestina, os cálculos estimados eram de que viviam nas localidades, respectivamente, 14 mil e seis mil brasileiros.

A decisão de uma nova operação fica a cargo do Itamaraty, em coordenação com o Ministério da Defesa.

A FAB só é acionada após uma definição dos órgãos, mas afirma estar sempre pronta e preparada para cumprir a missão.

Orientações para os brasileiros

Para os brasileiros que estão na Síria, a recomendação do Itamaraty é consultar os alertas consulares disponibilizados na internet.

Em caso de emergência, o telefone de plantão da Embaixada em Damasco é: +963 933 213 438.

O plantão consular do Itamaraty também permanece disponível no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp).



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esporte

Equipe brasileira de judô termina Grand Slam de Tóquio sem posição no pódio


O judô brasileiro não subiu no pódio na disputa do Grand Slam de Tóquio neste fim de semana. Depois de dois quintos lugares no sábado, com Michel Augusto (60kg) e Bianca Reis (57kg), neste domingo foi a vez de Leonardo Gonçalves (110 kg) ser derrotado na disputa do bronze.

O brasileiro estreou com vitória sobre o alemão Johannes Frey, com um waza-ari e um ippon por chave-de-braço, nas oitavas de final. Depois teve a primeira derrota diante do italiano Genaro Pirelli, quando somou mais punições (3-1).

Na repescagem, Leonardo foi beneficiado pelo WO do canadense Shady Elnahas. Na luta pelo bronze, o japonês Dota Arai começou agressivo e jogou Léo nos primeiros segundos. A arbitragem assinalou ippon, mas o vídeo revisou e mudou a pontuação para waza-ari. Em seguida, porém, o japonês projetou o brasileiro novamente, desta vez em ippon, para finalizar o combate.

EM SÉTIMO

O Brasil ainda teve mais dois representantes neste segundo e último dia de competição. No masculino, Rafael Macedo (90kg) estreou com vitória por ippon sobre Oleksandr Nyzhnyk, dos Estados Unidos, nas oitavas. Mas, em seguida, caiu para o japonês Komei Kawabata, por waza-ari, nas quartas, e para Klen Kristofer Kaljulaid, da Estônia, por ippon, na repescagem, terminando na sétima colocação.

No feminino, o judô brasileiro teve a estreia de Dandara Camilo (78kg), de 17 anos, em competições internacionais sênior. Ela venceu a atleta neutra Nadezhda Tatarchenko, nas oitavas, com um waza-ari e ippon. Em seguida, parou nas imobilizações da japonesa Shori Hamada, campeã olímpica e mundial, nas quartas, e da também japonesa, Mami Umeki, na repescagem. Sétimo lugar para a brasileira.





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cultura

Por que estamos vivendo na ‘era de ouro dos sósias’


Em março deste ano, uma pessoa com os mesmos olhos felinos, cabelos loiros e altas maçãs do rosto de Kate Moss desfilou na Semana de Moda de Paris, na França. Mas não era a supermodelo.

O desfile gerou confusão na internet. “Aquela não é apenas Kate Moss?”, dizia um comentário. Outra frase comum, de incredulidade, era “aquela é Kate Moss”.

Mas, para alguns poucos olhares atentos, o andar da personagem revelou que realmente não se tratava da famosa supermodelo britânica, mas sim de Denise Ohnona —sósia de Moss, de Lancashire, no noroeste da Inglaterra.

A alta costura parece ter criado uma tendência. Ao longo do ano, as comportas se abriram para uma verdadeira onda de concursos de sósias de celebridades.

Primeiro, os homens que se achavam a cópia fiel do ator Timothée Chalamet se reuniram no Washington Square Park, em Nova York, nos Estados Unidos. Depois, moradores de Dublin, na Irlanda, decidiram mostrar que são parecidos com o ator irlandês Paul Mescal.

Em seguida, veio o concurso de sósias do ator e cantor Harry Styles. Depois, foi a vez dos atores Dev Patel e Jeremy Allen White (da série “O Urso”), do cantor Zayn Malik, da cantora e atriz Zendaya e assim por diante —e outros concursos estão programados para o mês de dezembro.

Esta moda recente parece ser muito atual. Seu alcance foi global, com cada evento viralizando nas redes sociais de forma alucinante. Mas os concursos de sósias não são uma invenção moderna.

Nos anos 1920, Charles Chaplin (1889-1977) foi o terceiro colocado em um concurso para encontrar sósias dele mesmo, segundo conta um de seus filhos, Charles Chaplin Jr. (1925-1968), no seu livro “My Father, Charlie Chaplin” (sem edição em português):

“Papai sempre achou que esta é uma das brincadeiras mais engraçadas que se pode imaginar”, conta o filho. Mas o pai teria negado a veracidade da história.

Um caso mais fácil de comprovar é o da cantora Dolly Parton. Ela conta em suas memórias que participou de um concurso de sósias dela mesma. No livro, ela relembra que foi “a menos aplaudida, mas eu simplesmente morria de rir por dentro”.

O ator Andy Harmer não se lembra de um ano mais concorrido para os sósias do que 2024. Ele é sósia do jogador de futebol David Beckham e dirige uma agência de sósias.

Os registros de Harmer incluem mais de 3 mil pessoas que compartilham parte da essência de alguém famoso, desde o arquiteto britânico Isambard Kingdom Brunel (1806-1859) até personagens mais atuais, como as cantoras Rihanna e Ariana Grande.

Ohnona, a sósia de Kate Moss, é um dos principais nomes da agência.

Os concursos de sósias são os exemplos mais presentes e comentados do ano, mas não foram os únicos a abordar este tema. Filmes, livros e programas de TV trouxeram os sósias para perto do público em 2024.

O professor de estudos americanos Adam Golub está escrevendo um livro sobre os sósias na cultura americana. Para ele, “não há dúvidas de que estamos vivendo uma nova era de ouro dos sósias”.

Os sósias costumam ir e vir de tempos em tempos na cultura popular. Mas, agora, “eles definitivamente voltaram se vingando”, declarou Golub à BBC.

Em junho, a escritora e ativista canadense Naomi Klein foi a primeira ganhar o Prêmio de Não Ficção para Mulheres pelo livro Doppelganger: A Trip into the Mirror World (“Sósias: uma viagem para o mundo dos espelhos”, em tradução livre). Nele, Klein mergulha no mundo conspiratório de uma pessoa com quem ela foi seguidamente confundida online —a controversa escritora Naomi Wolf.

O livro de Klein foi publicado após um romance pós-pandemia da escritora Deborah Levy, cuja personagem central viaja pelo mundo encontrando uma sósia.

“Ela era eu e eu era ela. Talvez ela fosse um pouco mais de mim do que eu”, escreve ela em August Blue (“Tristeza de agosto”, em tradução livre).

O quadro “Como Eles se Conheceram”, do pintor Dante Gabriel Rossetti, mostra um par de amantes que encontram seus sósias em um bosque.

Mas o que é, na verdade, um sósia?

“Uma forma fácil de pensar em um sósia é como um segundo ‘eu’ não biológico”, explica Golub. “É um dublê de identidade que não tem relação com você.”

A professora de estudos culturais Alia Soliman é a autora do livro “Doppelganger in Our Time: Visions of Alterity in Literature, Visual Culture and New Media” (“Sósias no nosso tempo: visões da alteridade na literatura, cultura visual e novos meios de comunicação”, em tradução livre). Ela conta à BBC que o termo em alemão para sósia (Doppelgänger literalmente, “andarilho duplo”) foi cunhado pelo escritor alemão Jean Paul Richter (1763-1825).

A cultura antiga e moderna explorou temas de identidade, morte e a natureza simbiótica do bem e do mal, usando a ideia do sósia.

Os sósias foram objetos de arte, como as pinturas surrealistas de René Magritte (1898-1967) e dos pré-rafaelitas, como Dante Gabriel Rossetti (1828-1882). Seu quadro “Como Eles se Conheceram” (1860-1864) mostra um par de amantes encontrando seus sósias em um bosque.

Soliman explica que, na sua forma literária original, o sósia “assume a forma de um ‘eu’ fantasmagórico ou um reflexo sombrio que atormenta o primeiro ‘eu'”.

Ela se refere a obras como “A História Maravilhosa de Peter Schlemihl” (Ed. Estação Liberdade, 2003), de Adelbert von Chamisso (1781-1838); o conto William Wilson, de Edgar Allan Poe (1809-1849); O Duplo (Ed. 34, 2013), de Fiódor Dostoiévski (1821-1881); e “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde” (Ed. Hedra, 2011), de Robert Louis Stevenson (1850-1894).

Soliman conta que quase toda a literatura mais antiga “observa a destruição do original e do segundo ‘eu'”.

O mesmo pode ser dito das “ilustrações folclóricas da aparição, como o fetch irlandês e o fylgia nórdico, [em que] a aparição do sósia prenuncia o fim da vida ou a aproximação do mal”.

O fylgia é considerado mais um alter ego, tipicamente em forma de animal. Ele é observado com mais frequência durante o sono. Já o fetch é considerado um duplo espírito.

No poema The Fetch, o poeta norte-irlandês Ciaran Carson (1948-2019) escreveu:

“Ver seu próprio sósia é um presságio da morte… Shelley o viu nadando em direção a ele antes de afundar. Lincoln encontrou seu fetch na entrada do palco antes de receber o tiro.”

O autor se refere a supostos encontros com sósias ocorridos pouco antes da morte do poeta inglês P. B. Shelley (1792-1822) e do presidente americano Abraham Lincoln (1809-1865).

O ensaio “O Infamiliar” (Ed. Autêntica, 2019), de Sigmund Freud (1856-1939), é uma obra de referência sobre o tema dos sósias. Nele, o sósia é misterioso. Freud o descreve como “pertencente a tudo o que é terrível – a tudo o que causa medo e horror arrepiante”.

O sósia era, portanto, algo que devia ser temido. “Ele quer assumir a sua identidade”, segundo Golub.

Este tema é explorado no filme de estreia do diretor J. C. Doler The Fetch (2024), indicado na categoria de filmes de terror no recente Festival de Cinema de Austin, no Texas (Estados Unidos).

O sósia também está presente no filme “A Substância” (2024), da diretora Coralie Fargeat. Nele, uma atriz de Hollywood de meia-idade, interpretada por Demi Moore, observa sua clone mais jovem (Margaret Qualley) viver a vida que ela teve no passado.

E o tema pode ser observado com mais clareza na metáfora da troca de corpos, tão popular na ficção científica.

“Você pode ser substituído por um alienígena, um robô ou algum tipo de ser sobrenatural, um gêmeo malvado de outra dimensão”, segundo Golub. “De forma geral, nas nossas histórias sobre sósias, o nosso outro ‘eu’ não é bem-vindo.”

Mas Soliman destaca que tudo mudou na segunda metade do século 20, quando os retratos dos sósias “mudaram significativamente de forma, teor e mensagem”.

Atualmente, o sósia é visto de forma diferente. Basta pensar em Chalamet surgindo para tirar fotos com os participantes do concurso de sósias dele mesmo.

O que Soliman chama de “o novo sósia” é menos perverso e difamado. Nas representações dos novos sósias, “o encontro entre o ‘eu’ e o sósia muda de estrutura e significado, trazendo uma mensagem redentora”.

A jovem clone de “A Substância”, por exemplo, é irritante, mas não uma adversária temida. E os concursos de sósias são eventos engraçados, saudáveis e pitorescos, à moda antiga.

Afinal, existe um pouco de humor absurdo ao observar pessoas parecidas entre si.

Neste novo contexto, não surpreende que as pessoas estejam procurando ativamente pelos seus sósias em uma série de aplicativos específicos. Ou que um dos mais importantes projetos relativos aos sósias dos últimos tempos tenha sido o ensaio fotográfico do artista canadense François Brunelle.

Inspirado pela sua própria semelhança com o personagem do cinema e da TV Mr. Bean, de Rowan Atkinson, Brunelle encontrou centenas de sósias, criando uma obra que oferece uma mensagem de esperança e unidade.

“Estamos reformulando nossa relação com os sósias”, afirma Golub. “Estamos escrevendo um final feliz para esta história, meio que encontrando nosso estranho irmão gêmeo e formando laços com ele – ou vencendo um concurso de sósias de celebridades.”

Os especialistas oferecem diversas razões para esta mudança de paradigma.

Soliman relembra o surgimento da World Wide Web, em 1993. Para ela, a Web “gerou uma nova série de fixações induzidas pela tecnologia e uma delas é a busca do nosso sósia digital”. E a internet fez com que esta busca ficasse muito mais fácil.

“As oportunidades e complexidades resultantes das inovações visuais e virtuais nas redes sociais influenciaram a cultura do duplo ‘eu'”, explica Soliman. “As pessoas têm acesso muito mais fácil aos seus sósias.”

“Por que não ficamos assustados com essas coisas que, de alguma forma, representam algo que deveríamos reprimir?”, pergunta Golub, referindo-se à visão original dos sósias.

Ele acha que, na era digital, todos nós nos acostumamos a ter duas ou, às vezes, mais identidades: “eus” físicos e “eus” online, com diferentes vozes nas diversas redes sociais.

Para ele, estamos “nos voltando para este tipo de brincadeira, esta diversão, esta legião de fãs dos sósias” para lidar com isso.

“Talvez seja uma forma de nos sentirmos inteiros outra vez… encontrar uma versão de si próprio que não pretende roubar sua identidade, nem tirar nada de você, mas que pode simplesmente tirar uma foto com você e melhorar a sua vida.”

A questão dos sósias passou a ser sobre a conexão a uma comunidade fora da internet.

“As redes sociais meio que atraem a nós todos para suas bolhas estranhas e a ideia de que existe alguém igual a nós por aí, vivendo a vida de outra forma, é uma ideia muito reconfortante”, explica a psicanalista Anouchka Grose. Ela passou pela experiência de ser confundida repetidamente com uma atriz da novela Hollyoaks, da TV britânica.

Os jovens, especialmente – talvez os mais pulverizados em diversas identidades online -, podem buscar conexão com os concursos de sósias fora da internet. E, viralidade digital à parte, estes encontros parecem ocorrer no ambiente saudável das feiras rurais, com cartazes simples convidando as pessoas a comparecer e pequenos prêmios em dinheiro para os vencedores.

Mas a diversão talvez não dure muito tempo. No lado oposto ao fenômeno dos sósias, surge no horizonte digital o espectro dos deep fakes —sósias falsos que podem nos levar a pensar que são os originais.

“A inteligência artificial irá perturbar muitas coisas nas nossas vidas”, prevê Golub.

Para ele, a fase atual, de brincadeiras agradáveis em torno dos sósias, pode acabar tendo vida curta, “quando começarmos a ver alguns dos perigos reais que [os deep fakes] podem trazer. Acho melhor aproveitar a diversão enquanto pudermos.”

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.



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Bashar al-Assad está asilado com a família na Rússia


Agências de notícia da Rússia afirmaram neste domingo (8) que o ditador sírio Bashar al-Assad e sua família estão em Moscou, após o governo russo conceder asilo político a eles. Assad estava há 24 anos no poder, mas deixou a capital Damasco após rebeldes terem entrado no território sem encontrar resistência militar.

Mais cedo, a Rússia já havia dito que o ditador não estava mais na Síria e que instruíra uma “transição pacífica do poder”. “Assad e sua família chegaram a Moscou. A Rússia, por razões humanitárias, concedeu-lhes asilo”, disse uma fonte do Kremlin, segundo a agência TASS.

Paradeiro desconhecido por horas

Mais cedo, neste domingo, não havia nenhuma informação sobre a localização de Assad e de sua família. Segundo a agência de notícias Reuters, um avião da Syrian Air decolou do aeroporto de Damasco no momento em que houve a ocupação dos rebeldes. A aeronave inicialmente teria voado em direção à região costeira da Síria, um reduto da seita alauita de Assad, até fazer uma curva brusca e prosseguir na direção oposta. Minutos depois, sumiu do mapa, mostra o site Flightradar.

“O avião desapareceu do radar, possivelmente o transponder transmissor de rádio na cabine do piloto foi desligado, mas acredito que a maior probabilidade é que a aeronave tenha sido derrubada,” disse uma fonte síria à Reuters, sem entrar em maiores detalhes. O único voo rastreável partindo da Síria, visível após a meia-noite nos sites de monitoramento aéreo, deixou Homs em direção aos Emirados Árabes Unidos. A decolagem ocorreu horas depois de os rebeldes capturarem a cidade, afirmam agências internacionais.

Reação da população na Síria

Segundo testemunhas, milhares de pessoas, a pé e em carros, reuniram-se na praça principal de Damasco, acenando e gritando “Liberdade” após o domínio da capital. Em um pronunciamento ao vivo na TV local, os rebeldes comemoraram o que chamaram de “queda de Assad” e afirmaram estar libertando pessoas que foram injustamente presas durante o regime do ditador.

Posição dos Estados Unidos

De acordo com o jornal “The New York Times”, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que o presidente americano Joe Biden está “monitorando de perto os eventos extraordinários na Síria”. Mais cedo, antes da fuga de Assad, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em janeiro, disse que o país não deve se envolver no conflito.



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