A orca que nadou com seu filhote morto por 17 dias em um aparente ato de luto recentemente deu à luz a um novo bebê, de acordo com Michael Weiss, diretor de pesquisa do Center for Whale Research.
O filhote nascido por Tahlequah, conhecida pelos pesquisadores como J35, foi avistado pela primeira vez em 20 de dezembro nadando junto ao grupo nos dias seguintes.
Inicialmente, os pesquisadores não puderam confirmar a identidade do filhote com certeza. No entanto, na segunda-feira (23), cientistas e pesquisadores que observavam o filhote “confirmaram com confiança” que Tahlequah era a mãe e o bebê foi identificado como J61, disse Weiss à CNN.
Na sexta-feira (20), um entusiasta da natureza e fotógrafo que capturou o filhote – sem perceber inicialmente – contou à CNN: “Minha primeira reação ao ver o filhote foi total choque. Eu estava apenas olhando minhas fotos para ver quem eram as baleias que passaram perto do lado esquerdo da balsa em que eu estava e percebi uma nadadeira dorsal muito menor em uma das fotos.
Enquanto eu rolava pelas fotos, percebi que era um filhote muito pequeno, bem menor do que qualquer outro conhecido no grupo. Com base no tamanho e na cor do filhote, percebi que era um filhote novo e estava viajando com a J35, minha baleia favorita, a baleia que iniciou minha obsessão.”
O Center for Whale Research disse em uma postagem no Facebook que conseguiu fotografar a parte inferior do filhote, “confirmando que o filhote é fêmea.”
A mãe fez manchetes pela primeira vez em 2018 quando nadou cerca de 1.600 km com o corpo de seu filhote, que morreu poucas horas após o nascimento, impedindo que o corpo afundasse por mais de duas semanas. Ela teve seu primeiro filhote conhecido desde aquele incidente, o J57, dois anos depois, em 2020. Ela também é mãe de outra orca, a J47.
Embora a notícia do novo bebê seja alegre e esperançosa, os pesquisadores ainda estão preocupados com a população de orcas residentes do Sul. Elas estão listadas como em perigo no Canadá e são “uma das populações mais criticamente ameaçadas de mamíferos marinhos nos EUA”, de acordo com os pesquisadores.
“A equipe, incluindo vários pesquisadores experientes de orcas, expressou preocupação com a saúde do filhote com base no comportamento tanto de J35 quanto de J61″, disse o Center for Whale Research em uma postagem no Facebook na terça-feira (24).
“A vida inicial é sempre perigosa para os filhotes, com uma taxa de mortalidade muito alta no primeiro ano. J35 é uma mãe experiente e esperamos que ela consiga manter J61 viva nesses difíceis primeiros dias”, dizia a postagem.
De acordo com o Orca Conservancy no X, comportamentos preocupantes foram observados em relação ao filhote.
“O filhote também foi observado sendo empurrado pela cabeça de J35 e não estava mostrando sinais de vitalidade, o que é uma preocupação, mas o comportamento dos filhotes ainda não é totalmente compreendido”, dizia a postagem. “Tudo isso serve como um lembrete de que, para os novos filhotes, as populações de salmão precisam ser recuperadas a níveis que ajudem a apoiar o crescimento da população.”
Segundo os pesquisadores, a população de orcas residentes do sul cresceu entre o final dos anos 1970 e meados dos anos 1990, atingindo o pico de 98 animais. Neste ano, o censo da população contou 73 baleias.
O Center for Whale Research afirmou em uma postagem no Facebook: “A população de orcas residentes do sul precisa de amplo acesso à sua fonte de alimento, principalmente o salmão, para sobreviver e prosperar. Cada nascimento é importante e essas baleias precisam de peixe suficiente para se sustentar e alimentar seus filhotes.”
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